Um blog é um blog e nada mais que um blog

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 30 de setembro de 2006

Um blog é um blog e nada mais que um blog

Não é pra ser chato, mas sim realista. Embora os blogs (ou weblogs) sejam a materialização mais proeminente das assertivas de que a web é um espaço democrático, devemos sempre ter em mente que um blog não é nada mais do que um blog.

Como assim? É fato que, já há algum tempo, mais precisamente desde 2002, quando a Globo. com popularizou no país o serviço Blogger. com em sua versão brasileira, vivemos um crescente hype em torno dos blogs. Todos os dias milhares de novos blogs são criados e um sem-número de jornalistas descobrem a ferramenta e começam a publicar usando suas facilidades ou a criticá-la, apontando aqueles velhos defeitos (impossibilidade de aferir se o que está escrito é verdade, a questão do anonimato e por aí vai). Isso se mostra no fato de que hoje há quase tanto destaque nos grandes portais brasileiros para os blogs mantidos por jornalistas e hospedados por ali do que paras as próprias notícias. É uma bolha que não pára de crescer.

Isso tem o lado bacana de popularizar os blogs, mas tem o lado ruim de distorcer seu formato inicial. Usar o formato de blog para manter um jornal ou um periódico noticioso pode ser muito ruim. Tanto para quem o faz quanto para quem o acompanha. E os grandes portais têm feito isso sistematicamente no Brasil, contratando equipes de profissionais para escrever posts em blogs que levam a chancela de jornalistas famosos. Isso é muito ruim. Em primeiro lugar porque não custa nada manter um blog coletivo e todos assinarem com seus próprios nomes; em segundo lugar porque este tipo de blog acaba por confundir a cabeça de quem lê, sem saber direito se é um blog ou um site de notícias; em terceiro lugar, porque esta crise de identidade acaba por criar mais celeuma em cima do formato, contestando-se sua validade.

Adicione a esta argumentação aquela já conhecida síndrome de Andy Warhol: Todo mundo parece querer seus quinze minutos de fama na Internet. Aí, as celebridades instantâneas mantenedoras de blogs acabam por se confundir, tentando assumir a postura de fontes oficiais de notícias e de delineadores de opinião quando a coisa não é bem assim.

Por isso, repito: um blog é um blog e nada mais que um blog. É um espaço para a publicação rápida e fácil de conteúdo, num formato padronizado cuja maior característica é a disposição de informações em uma página de forma cronologicamente inversa, onde as entradas mais recentes estão no topo e as mais antigas, na parte de baixo da página. Além disso, o formato permite que o leitor interaja com o dono do blog, comentando as entradas e perenizando as discussões, através dos arquivos disponíveis. Esta explicação simplificada do formato tem o propósito de deixar claras as vantagens para as pessoas comuns, como você e eu, que querem manter um blog.

Ta, Caio… Você indicou uma questão, mas não apontou nenhuma resposta. Calma!

Que tal começarmos a tratar os blogs como eles são: blogs? O primeiro passo para isso é deixar claro, naquele conhecido espaço onde o autor fala de si, algumas linhas sobre o conteúdo autoral daquele site. Outra ação interessante é evitar usar o formato para fazer jornalismo. Isso evita críticas ao site em si e ao formato de blog. Uma terceira ação é a de evitar usar um blog para nada mais do que ganhar dinheiro. Pessoalmente, sou contra um blog pessoal ter anúncios.

Admito que não há como escapar da prática. Entretanto, é legal sempre ter em mente que, se o propósito é ter um site pessoal, por qual motivo você precisa de anúncios? Agora, se o seu negócio é ter um site de conteúdo e vender espaço publicitário nele, recomendo outro formato que não o de blog. O motivo? Simples: um blog é um blog e nada mais que um blog.

 

Num mundo perfeito. . .

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 25 de agosto de 2006

Num mundo perfeito…

Num mundo perfeito, muita coisa seria diferente. As pessoas não repassariam correntes. Os celulares e laptops gratuitos não seduziriam os incautos a enviar mensagens desnecessárias para enormes listas de destinatários.

Em momentos em que enviar uma mensagem para uma grande lista se faz necessário, num mundo perfeito, as pessoas esconderiam os endereços dos destinatários das mensagens no campo de cópia oculta das mensagens. Além disso, num mundo perfeito, as empresas aprenderiam que enviar mensagens comerciais não solicitadas é ruim para sua imagem e reputação.

Num mundo perfeito, os worms, cavalos de troia e virus não assustariam tanto, pois deixaríamos de enviar e – principalmente – receber mensagens de e-mail compostas em HTML.

Os e-mails não conteriam anexos desnecessários. Nada de vídeos dentro das mensagens. Apenas links, indicando que o vídeo da piadinha da hora está disponível no YouTube. Falando nisso… Num mundo perfeito, celebraríamos a criação de um site tipo o YouTube, mas só que ao invés de vídeos, seriam hospedados os famosos arquivos do powerpoint, que tanto nos atormentam com as infames fotinhas de criancinhas fofinhas e animais engraçadinhos.

Aquelas mensagens que vão além, forçando as rimas para falar da importância da amizade e do amor por meio de letrinha scoloridas e animadas acompanhadas de um não menos chato fundo musical nem chegariam a nossas caixas postais.

Num mundo perfeito, as pessoas deixariam de lado o péssimo hábito de subverter as regras gramaticais e assassinar o nosso idioma em troca de alguns toques a menos nos teclados. A gritaria em caixa-alta praticamente desapareceria.

Num mundo perfeito, o conteúdo dos sites e dos textos que colocamos na web não seriam copiados indiscriminadamente sem que fosse citada a fonte da informação. O plágio, tão deplorável, seria minimizado.

Os sites não teriam introdução em flash e nem splash-pages. Os microsites seriam chamados de microsites e não de sites quentes. Num mundo perfeito não sofreríamos com sites e peças publicitárias interativas que têm áudio, mas não oferecem a opção de desligá-lo.

Num mundo perfeito, o compartilhamento de arquivos via redes P2P não seria encarado como pirataria, pois cairia a ficha de que quem mais baixa arquivos de música é – coincidentemente – quem mais compra discos.

Num mundo perfeito, o acesso a determinados sites e serviços, o uso de mensageiros instantâneos e de software de VoIP não seria travado por gerentes de redes obcecados por proibições e restrições. Isso porque, num mundo perfeito, as pessoas saberiam usar com moderação todos os recursos que têm a seu dispor.

Num mundo perfeito, o argumento mais usado por nove de cada dez gerentes de rede de que estas proibições ocorrem apenas por questão de segurança cairia por terra, uma vez que eles (os gerentes de rede) aceitariam o fato de que a maior porta de entrada de virus nas empresas é o e-mail, e não faz sentido proibí-lo.

Finalmente, num mundo perfeito, as pessoas fariam excelente uso da rede.

 

Seu site também serve para se comunicar com seus clientes

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 2 de agosto de 2006

Seu site também serve para se comunicar com seus clientes

Não é novidade alguma dizer que ter um site é imprescindível para uma empresa.

A presença na web é estrategicamente importante no que diz respeito às ações comerciais e de marketing de uma organização. Só que – creio – em virtude deste forte apelo voltado para as vendas, muitos gestores se esquecem que seus sites são – para seus clientes – a melhor opção para estabelecer contato com a empresa.

É certo que não há estratégia comercial viável que não considere boas ações de marketing; e não existem ações de marketing eficientes que não incluam ações de publicidade e de comunicação. E um dos mais fortes apelos da web é, justamente, poder promover a comunicação em duas direções: da empresa para seu público e do seu público de volta para a empresa.

Parece básico, mas muita gente se esquece disso e se preocupa apenas em construir para suas empresas sites bonitos, cheios de cores, sons e animações e que sejam bastante “interativos”. E é aqui que mora o perigo.

Clicar em links e ver as coisas se movimentarem não é ser interativo. Este equívoco pode ser fatal para a eficiência de um site. Interatividade, sob o ponto de vista da comunicação, implica em bidirecionalidade, não apenas em exploração intuitiva de conteúdo.

Para deixar bem claro, tracemos um paralelo entre uma loja na web e outro ponto de venda da mesma empresa, fora da web. Quando um cliente entra em sua loja física – ou seja, fora da web – ele espera poder conhecer os seus produtos e obter o máximo de informações sobre eles para que seja feita a compra com segurança e satisfação, não é? E quando ele não encontra todas as informações que precisa ou não acha o produto ou serviço específico, o que ele faz? Procura um vendedor, certo? A mesma coisa acontece quando esta situação se repete na rede. O seu site deve ser claro e objetivo o suficiente para que o usuário encontre nele todas as informações que precisa para que você consiga fechar um negócio com ele. Caso ele não encontre tudo o que procura para tomar sua decisão, o que ele faz? Entra em contato com a sua empresa através de um e-mail, por exemplo, correto? Correto!

Ou seja: mais do que apenas uma vitrine de sua empresa, o seu site é a sua própria empresa. O cliente espera encontrar nele as respostas para suas perguntas e necessidades de informações sobre seus produtos e / ou serviços. E o mais bacana disso é que o seu site fica 24 horas por dia disponível, enquanto fora da web existem diversas limitações.

Então… Chegamos ao ponto crucial desta coluna: muitas empresas se esquecem disso e deixam de lado o importante papel de ferramenta de comunicação que um site pode exercer para sua empresa. Quantas vezes você enviou uma mensagem pelo “fale conosco” de um site e nunca obteve resposta? Eu já perdi a conta de quantas vezes isso já aconteceu comigo. Evitar que seus clientes se frustrem com isso pode trazer excelentes resultados para sua empresa.

Ignorar isso pode ser uma falha terrível; indicativo de um péssimo uso de uma excelente ferramenta. Como o título deste texto lembra bem: o site também serve para se comunicar com seus clientes. Embora pareça óbvio, responder as mensagens recebidas pelo site ou até ir além, disponibilizando outras maneiras de se comunicar com a empresa ou com outros usuários e clientes – chat, voip, fóruns – pode trazer muito mais resultados do que aquela linda animação em flash dos seus produtos com efeitos mirabolantes.

Então, fazer bom uso de um site é bem fácil. Basta lembrar que sem comunicação não há estratégia de marketing que dê certo. Mesmo que seu site não venda produtos pela rede, lembre-se que ele pode ser bastante útil para sua empresa se ele funcionar como uma forma eficiente de contato com seus clientes.

Respeito é bom e o usuário gosta

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 3 de julho de 2006

Respeito é bom e o usuário gosta

Produzir websites compatíveis é algo cuja importância e a prioridade ultrapassam (por mais difícil que isso possa parecer) os egos das equipes responsáveis.

Nós, produtores e editores, estamos acostumados com este linguajar e com as práticas de produção e verificação de sistemas interativos (ou, pelo menos gostaria de pensar que estamos) e acabamos por achar a abordagem do tema um tanto quanto repetitiva. Mas pensemos – um pouquinho apenas – naquelas pessoas para as quais fazemos os sites. Aqueles que vão usar os sistemas interativos que produzimos nem sempre (ou quase nunca) têm o expediente e a curiosidade de manter instaladas as versões mais recentes dos browsers X, Y e Z para verificar qual vai exibir de maneira mais fiel o produto interativo que eles querem acessar.

Supor que o “usuário médio” (quem é esse?) usa o browser X, é um erro grave. Muito grave.

Para ilustrar, eis um exemplo real. O portal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais é de livre consulta e pode ser acessado por todo e qualquer cidadão conectado à rede. Entretanto, quem mais usa os serviços disponibilizados no endereço www. tjmg. gov. br são advogados e representantes de partes envolvidas em processos judiciais. Obviamente não são – necessariamente – experts em sistemas interativos; são especialistas em causas legais.

Como todos aqueles que não são – como nós – produtores ou estão envolvidos em produção de sistemas interativos, não têm a obrigação de manter-se atualizados e, muito menos, de instalar três ou quatro browsers diferentes em suas estações de trabalho, os usuários deste portal são bombardeados todos os dias com notícias como “o browser da empresa líder mundial de mercado em software tem graves falhas de segurança”.

Assim aconteceu com uma pessoa que me procurou para comentar sobre o sistema judiciário e a ineficiência do referido portal. A pessoa comentou comigo que – por mais de uma semana – esperava a disponibilização de importantes informações sobre o andamento de um processo. Havia perdido há muito a paciência. Cansada de esperar, resolveu entrar em contato com o suporte do portal para queixar-se da demora na publicação destas importantes informações. Procurou-me para que eu a auxiliasse a descrever o erro numa linguagem que o destinatário de sua mensagem de reclamação pudesse entender. Concordei em ajudar e pedi para que me mostrasse o erro.

Tão logo a pessoa iniciou o processo de navegação para visitar o portal, percebi que escolheu o browser Firefox. Observei todo o procedimento efetuado e vi que a busca realizada pela pessoa não retornou resultados. Pedi para que agora realizasse o procedimento usando o Internet Explorer. Eis que fui interrompido com uma expressão de espanto: “mas vocês que ‘entendem’ de internet não dizem que o Firefox é melhor?”. Concordei e respondi: “sim, mas pode ser que o website em questão não funcione bem no Firefox”. Ao usar o browser da Microsoft, a busca retornou os tão desejados resultados por muito esperados.

Demorou um pouco, mas consegui explicar que a culpa não era – nem de longe – do Firefox; e muito menos do Internet Explorer. Imagina se esta pessoa que me procurou não tivesse ninguém para auxiliá-la neste momento? O que aconteceria?

Se é pra atribuir responsabilidade, façamos o correto e indiquemos os responsáveis pelo portal, que deixaram passar batidas questões de compatibilidade de seu portal com o browser que mais cresce em participação no mercado.

A moral da história é fácil de encontrar. Respeito é bom e o usuário gosta. Produzir sistemas interativos compatíveis é dever de toda equipe de produção e peça chave para que o usuário seja sempre respeitado.

 

Marketing de Relacionamento na Web: 5 coisas a evitar

Introdução
Se você cuida e/ou está de alguma forma envolvido com as estratégias de marketing de relacionamento de uma empresa, preste atenção nestas dicas de coisas que não devemos fazer com as pessoas com as quais queremos que nossa marca/empresa se relacione.

A lista refere-se a péssimas idéias que costumam fazer parte de estratégias de relacionamento que podem minar ou sabotar nossos esforços na construção de um canal efetivo de comunicação com os nossos clientes. São coisinhas simples que, se fizermos nosso dever de casa, não se transformarão em problemas.

Antes de apresentar a lista, entretanto, uma breve contextualização se faz necessária.

Contextualização
Sabemos que, em tempos de emergência da internet como grande símbolo das chamadas tecnologias digitais de comunicação interativa e sua penetração cada vez maior na sociedade, as pessoas acabam por usar mais e mais estes maravilhosos recursos e incluí-los em suas atividades diárias. Uma das consequências mais proeminentes desta emergência para os negócios é a mudança no perfil do consumidor quando em ambientes interativos. Ao invés de ser apenas um balde vazio onde os veículos de mídia despejam suas mensagens (modelo que já estamos acostumados a ver em mídia de massa), num ambiente interativo como a internet, a audiência passa a ter mais controle do que quer ter acesso além de, claro, quando e como quer ter acesso.

Por esse motivo que muita gente grande como Seth Godin resgata que construir relacionamentos em ambientes como esses é de suma importância para seus negócios, uma vez que as ações de interrupção, tão características de ambientes offline saturam a mente do consumidor além de serem caras e de mostrarem eficiência apenas com grande investimento em repetição.

Juntando a fome com a vontade de comer, o mesmo Seth Godin nos lembra que uma das maneiras mais eficientes de começar a construir um relacionamento duradouro com sua carteira de clientes é através do marketing de permissão – conceito que pega emprestado muito do que se conhece sobre relacionamento, porém, numa roupagem moderna e atual, condizente com as tecnologias digitais que temos nos referido neste breve texto. O autor nos mostra cinco níveis crescentes de permissão, que vão desde a permissão circunstancial até a permissão intravenosa.

No marketing de permissão, portanto, a permissão chamada por Godin de circunstancial é aquela que alguém dá a alguma empresa em troca de um benefício que, como o próprio nome diz, é circunstancial. Um exemplo disso é a empresa querer, por exemplo, saber quem é você em troca de lhe oferecer algum tipo de recurso. Costumamos ver isso frequentemente em portais que pedem um cadastro em troca de acesso a material exclusivo.

Como dito, este primeiro nível de permissão é o mais fraco, pois se o benefício que o consumidor enxergar não for bom o suficiente para ele, a permissão é cancelada (cadastro desfeito). Porém, se a empresa fizer a coisa direitinho, esta permissão é aumentada e o cliente recebe em troca de mais alguma permissão, outros benefícios – até que se chegue à almejada permissão intravenosa.

Este jogo leva tempo para ser jogado, exige paciência e não é a coisa mais barata que podemos fazer para nossa empresa; entretanto, quando funciona, os retornos são muito satisfatórios. Isso porque, como a gente bem sabe, é muito mais barato – no longo prazo – investir em maior participação no bolso dos clientes já estabelecidos do que só brigar por conquistar mais e mais clientes sem preocupar-se em mantê-los. Sabendo disso, muita gente tenta jogar. Vemos frequentemente portais pedindo a permissão circunstancial de usuários visando fechar algum negócio.

Contudo, estas tentativas de obter a permissão circunstancial não parecem ser pensadas como uma estratégia, mas sim como uma mera barreira ao conteúdo. E é disso que trata nossa lista.

Assim sendo, sem mais delongas, vamos à lista de coisas que devemos evitar quando pensamos numa estratégia de relacionamento baseada em permissão na internet.

A lista

  1. Não inicie um processo sem planejamento
    Ok, você vai disponibilizar conteúdo exclusivo para usuários cadastrados. E depois? O que você pretende fazer com esses dados? Se não há nada em mente, por qual motivo você exige o cadastro, então? Poderia muito bem deixar o conteúdo aberto.
  2. Seja relevante para o usuário
    Sua proposta de conteúdo e os benefícios oferecidos aos que se cadastram devem ser relevantes o suficiente para manter (e aumentar a permissão) da sua base de cadastrados. Deve ser claro para quem se cadastra que ele fez um bom negócio. Só assim você conseguirá mantê-lo cadastrado ou dar-lhe mais permissão.
  3. Respeite o usuário
    Proporcione ao usuário acesso e controle de seus dados e seu cadastro. O usuário deve ser capaz de cancelar seu cadastro com a mesma facilidade que você oferece para ele aumentar a permissão. Não transforme o seu desligamento em uma via-crucis. Lembre que quando o usuário decide se descadastrar, suas ações de retenção devem ser muito mais fortes e funcionam com bem menos frequência do que se você trata de mantê-lo satisfeito enquanto ainda quer ser cadastrado.
  4. Aprenda com o usuário
    Lembre-se de usar os dados que você coleta para alguma coisa. Portanto, é primordial que você pergunte coisas cujas respostas forneçam a sua empresa as informações necessárias para uma tomada de decisão, no mínimo, orientada a atender os anseios desta base de clientes.
  5. Mantenha o foco
    Procure construir este tipo de relação com pessoas que sejam relevantes para seu negócio. Parece básico, mas muita gente se esquece disso. Mirar nossas ações em um público que pouco ou nada tem a ver com o nosso público e sua área de influência, não é uma boa idéia.

Obviamente a lista pode cresce muito mais. Mas claro, você já deve estar cansado de ler este post, né? então paro por aqui… Prometo que depois volto a este assunto em um momento oportuno.

 

Vamos combinar: internauta nunca mais, está bem?

Texto originalmente publicado no site WebInsider

Pegando carona nos temas já abordados aqui no Webinsider pelo Vicente Tardin e pelo Luigui Moterani (veja ao lado), proponho a abolição de alguns termos ingratos bastante comuns (só) no Brasil com o objetivo de tornar nossa web menos vaga. Palavra do dia: “internauta”.

É o fim da picada alguém se referir ao usuário da rede como ?internauta?. E faço questão de usar as aspas, pois para quem enxerga a web com olhos profissionais, este termo é tão fantasioso ? e, porque não, falacioso ? quanto a mais imaginativa e ultrajante das ficções.

Para começo de conversa: O que é ? ou quem seria ? o “internauta”? Seria ele um novo tipo de astronauta ? o astronauta do ciberespaço? Francamente, não precisamos mais de metáforas deslumbradas como esta para explicarmos ou nos referirmos aos usuários da rede. Na verdade, nunca precisamos.

Além dos brasileiros, alguns poucos espanhóis usam o termo, possivelmente criado a partir do navegador, ou browser. Mas por esta palavra seria melhor do que “usuário”?

Já ouvi diversas explicações para isso. A mais ultrajante foi a seguinte:

Usamos o termo “internauta” pois quando falamos “usuário” cria-se um tom pejorativo, como se nos referíssemos aos usuários de drogas.

Sem comentários… Se pararmos para pensar, quando você tira o seu telefone do gancho e faz uma ligação para alguém, o que você está fazendo? Usando o sistema de telefonia, certo? Dessa forma, podemos chamá-lo de usuário desse sistema, certo? Ou seria telefonauta?

Outro exemplo. Quando você pega um ônibus para se deslocar de um ponto a outro e paga alguns trocados por este serviço, você está usando o sistema de transporte coletivo de sua cidade, correto? Então, não seria pecado chamá-lo de usuário do sistema de transporte coletivo, não é?

Por que com a web e a internet isso é diferente? Não seria a web um sistema de informações em hipertexto? E a internet não é a rede de redes? E o que você faz com um sistema e com uma rede? Você as usa, não usa? Dessa forma, não é ofensa ou xingamento chamar de usuário quem usa a rede.

Do contrário, deveríamos chamar as pessoas que usam telefone de “telefonautas” e os que usam o transporte coletivo de “ônibusnautas”.

Usar o termo “internauta” não é nada profissional. Afinal, do que estão falando aqueles que usam este substantivo? Não há explicação que convença. Todas as vezes que alguém tentou se justificar, acabou por explicar o termo de forma que o tal “internauta” pudesse ser tudo, menos o que ele realmente é: um usuário.

É difícil, portanto, enxergar profissionalismo ou seriedade em alguém ? ou alguma proposta comercial ? que se confunde ao tentar falar o óbvio; que usa metáforas para se referir a quem usa a web. Não precisamos disso para vender nossos produtos ou serviços eletronicamente na rede. Muito menos para nomear quem usa a rede. Sejamos claros, diretos, simples e objetivos.

Quem usa a rede é usuário. Ou o público. “Internauta” não existe.

Por isso que eu torço o nariz quando ouço – ou leio – a tal palavrinha. Ela sim dá um tom pejorativo à coisa. Transforma uma atividade conhecida ? o uso de um sistema ? em algo mirabolante e distante de nossa realidade. E nós todos usamos bancos, fazemos compras, lemos notícias, trocamos mensagens, declaramos imposto de renda para o governo.

Vamos tirar o “internauta” de cena em prol da profissionalização da internet no Brasil.

A importância da compatibilidade

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 1 de maio de 2006

A importância da compatibilidade

A guerra pela audiência na web está mais quente do que nunca. Nós, gestores de projetos, temos um importante papel no front.

A discussão sobre a construção de projetos interativos compatíveis se dá há muito tempo. Entretanto, vemos constantemente sites que não funcionam no browser XYZ ou que precisam da versão mais recente do plugin ABC e por aí vai.

Pode parecer purismo, mas construir sistemas interativos para a web levando em conta a compatibilidade é crucial para o sucesso. O raciocínio que leva a afirmar isso é muito simples. Lembremos do mantra: O que vai levar a sua audiência ao seu site é – nada mais, nada menos que – o conteúdo.

O amadurecimento dos usuários e a evolução da rede tem nos levado a um cenário cada vez mais comum: Sites que não são compatíveis afastam a audiência.

Assim sendo, é preciso que pensemos nossos serviços para que sejam acessíveis e utilizáveis por todos. Afinal, colocamos nossos sistemas na web com um propósito, não é? Ou seja: queremos que as pessoas acessem e usem nossos sites. Se nos esquecermos de preparar estes sites para uma determinada parcela dos usuários, por menor que seja o número, o resultado pode não ser nada bom. Isso porque, como o conteúdo está na rede, qualquer um pode acessá-lo, certo? Assim sendo, quem garante que aquele cliente que fará uma compra estará usando o Browser XYZ do jeitinho que planejamos?

Como é impossível controlar a maneira que os usuários acessam nossos sites, devemos sempre nos preocupar em produzir sistemas interativos compatíveis com todas as plataformas, browsers e usuários. Se não o fizermos, certamente perderemos audiência pois, como já disse, o que o usuário quer é acessar e usar o conteúdo que oferecemos.

Uma prova é a explosão do RSS. A popularização da oferta de conteúdo on demand para nossos usuários mostra que o mais importante para eles não é ver o nosso menu super bonitinho feito em Flash, mas sim ter acesso ao conteúdo que ele (ou ela) quer ler.

Respeito é bom, o usuário gosta e a audiência recompensa. Quando produzimos sites compatíveis, todos podem acessar e a qualidade do nosso conteúdo será o verdadeiro diferencial.

Manter a audiência constante é um desafio de qualquer gestor de conteúdo. Produzir um site que não é compatível torna esta tarefa ainda mais difícil. Eliminar estas barreiras deve ser nossa prioridade número um no que diz respeito à construção de sistemas interativos para a oferta de conteúdo ou para a prestação de serviços pela rede.

Quando produzimos sites que não são compatíveis, colocamos uma imensa e desnecessária barreira em nosso caminho para o sucesso. Como se já não bastassem os desafios no desenvolvimento de um sistema que funcione, seja fácil de usar e que ofereça conteúdo e/ou serviços de qualidade. Por isso conclamo todas as equipes de webdesign a não produzirem fora dos padrões.

Fazer isso é mais fácil do que imaginamos. Há várias maneiras de buscar auxílio na produção de sistemas compatíveis. Para mais informações, recomendo a consulta aos livros do Jeffrey Zeldman (Projetando Web Sites Compatíveis – Ed. Campus) e do Felipe Memória (Design para a Internet: Projetando a Experiência Perfeita – Ed. Campus), além disso, há muito conteúdo bacana nos sites dos autores (zeldman. com e fmemoria. com. br) e no W3C (w3c. org).

Portanto, arregace as mangas e comece hoje mesmo a produzir sistemas interativos compatíveis. Essa é mais uma maneira de fazer bom uso da rede.

 

Quem é o profissional web?

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 1 de abril de 2006

Quem é o profissional web?

Webdesign é um processo e não uma profissão. E o processo em questão encara o design como projeto, não como desenho. Mas, quem faz webdesign?

A equipe envolvida em um projeto web é bastante heterogênea. A própria natureza dos projetos demanda diferentes profissionais com perfis e capacitações distintas. Pensemos no processo de desenvolvimento de um produto web para termos noções exatas. Levaremos em consideração as condições perfeitas, ou seja: sem qualquer tipo de acúmulo de funções no processo de produção de um site institucional.

Como se trata de uma equipe é preciso gerenciá-la O responsável por isso é o gerente de projetos. Ele mantém as coisas e as pessoas em ordem para que o produto fique pronto, gerenciando desde a ponta do atendimento ao cliente até a preparação do conteúdo.

Mas um projeto só começa a ser desenvolvido quando um cliente precisa de uma solução web. Este papel de contatar e manter relação com o cliente costuma ser desempenhado por um profissional de atendimento, que deve conhecer muito bem o cliente e quais são as possibilidades que podem ser oferecidas a ele. É importante que este profissional saiba se comunicar bem tanto com o cliente quanto com o resto da equipe; afinal, ele é a ponte que liga o contratante ao resto da equipe contratada.

Assim que o atendimento traz para a equipe o diagnóstico e as informações iniciais que o cliente forneceu (esse é o tão falado briefing), uma parcela da equipe, responsável pelo planejamento do projeto começa a trabalhar. Estes profissionais dividem-se em planejamento de solução, de tecnologia, de estrutura e de comunicação. São funções que devem ser desempenhadas por profissionais que tenham conhecimentos em planejamento e execução de planos de comunicação, análise e construção de sistemas, arquitetura de informação e usabilidade. Este pool de profissionais logo monta um projeto contendo as soluções propostas ao cliente, orçamento e cronograma de produção.

Assim que este planejamento é apresentado ao cliente e aprovado, a equipe de criação executa a produção dos layouts que – mais tarde – serão as páginas do site. O designer de interface deve manter um relacionamento estreito com o produtor e com o analista de sistemas para verificar e explorar todas as possibilidades para aquele trabalho. Adicionalmente, o responsável pela usabilidade deve acompanhar e testar as propostas elaboradas para evitar problemas futuros e, eventualmente, um ilustrador e um fotógrafo podem auxiliar o designer de interface no processo de consolidação de uma identidade visual para o site.

Em paralelo, o conteúdo começa a ser tratado, redigido e distribuído pelo responsável pela arquitetura de informação, que também deve manter estreito relacionamento com o pessoal de tecnologia, de arte e usabilidade. È preciso garantir que o conteúdo será facilmente identificado visualmente como tal, ter fácil acesso pelo usuário e ser administrável pelo pessoal que gerenciará o site depois de pronto.

Com a proposta visual pronta, apresentada e aprovada, a produção do site é iniciada. Os sistemas de administração de conteúdo do site são criados pela equipe de programação e os códigos das páginas são gerados pelo pessoal da produção. Conhecimentos de programação são, portanto, muito importantes aqui. O designer de interface, que auxiliará a equipe na criação de imagens e na manutenção da identidade proposta, deve acompanhar esta parte do processo de perto.

Sistema finalizado, é hora de testá-lo e “recheá-lo” com o conteúdo (textos e imagens) que, a essa altura, deve estar pronto. Além de testes de funcionamento, novos testes de usabilidade devem ser executados para que, então, o produto seja apresentado ao cliente e, posteriormente, disponibilizado na rede.

Como pudemos ver, de forma bastante simplificada, é um processo que envolve uma série de profissionais. Onde já se viu, então, alguém se intitular webdesigner? No mínimo, atribuir esta denominação a um único profissional reduz a importância do processo e de todos aqueles envolvidos. O que mais vejo ocorrer, no entanto, é um designer de interface se intitular webdesigner. Se você fazia isso, agora conhece uma maneira melhor de denominar o profissional, não é?

“E o que isso tem a ver com fazer bom uso da rede?”, você deve estar se perguntando, não é? Bem, explico: para nós, profissionais de desenvolvimento, fazer bom uso da rede é, acima de tudo, saber construir os nós da rede.

Conhecer para fazer

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 1 de janeiro de 2006

Conhecer para fazer

Sabe aquele ditado de “escreve bem quem lê bastante”? Pois é, a mesma coisa pode ser aplicada para nossos projetos interativos. Faz melhor quem conhece os mais variados projetos, ou seja: se dá bem aqueles que usam a rede de um jeito diferente, com um olhar diferente e percebendo coisas diferentes.

Suponha que você acaba de ser contratado para uma consultoria. Seu cliente precisa propor algo novo para o cliente dele. A idéia é fazer algo diferente, surpreendente e eficiente. A primeira pergunta a fazer deve ser a de sempre: “qual é o objetivo do cliente?”. Para quebrar o silêncio que certamente se instalará na sala de reuniões, explique o óbvio: diferenciar e surpreender não são objetivos claros. É preciso, em primeiro lugar, conhecer o cliente e saber o que ele pretende fazer em suas ações de comunicação; on e offline.

Tendo sido identificados de forma clara e eficiente os objetivos do cliente, a segunda coisa a se fazer é pesquisar. Buscar em tudo quanto for lugar algumas idéias interessantes para poder, efetivamente, surpreender o cliente com alguma solução realmente eficiente. Comece pelos concorrentes diretos do cliente, conheça-os e também as suas ações como se você fosse parte da equipe. Entenda o que eles estão fazendo e procure identificar quais objetivos podem estar por trás daquelas ações. Evitar copiá-los. Fazer algo só porque o concorrente fez não é garantia de sucesso. Verifique se aquela ação se encaixa no conjunto de objetivos de seu cliente antes de propor uma aolução semelhante. Se todos simplesmente copiassem, não haveria inovação.

Depois de conhecer os concorrentes de cliente como a palma de sua mão, busque conhecer aqueles que atuam no mesmo segmento, mas em praças diferentes. Por exemplo: se o cliente é um shopping center, a primeira parte da pesquisa tem como foco os outros shoppings da mesma cidade, começando por aqueles que atuam junto ao mesmo segmento e depois expandindo a pesquisa. A segunda etapa da terá como foco os shoppings de outras cidades. Comece por aqueles que tenham perfil semelhante ao do cliente e, depois, novamente, expanda seus horizontes. Neste ponto as referências se multiplicam. Nem preciso dizer que quanto mais ações de diferentes shoppings centers, você conhece, mais fácil será propor ações interessantes para o seu cliente.

A pesquisa não pára por aí. Busque referências em ações de empresas de outros países se houver tempo. Você verá o quanta diferença este tipo de ação faz na hora de propor algum tipo de solução. E não se contente apenas com os concorrentes e empresas que atuem no mesmo setor do cliente em questão; busque empresas com atuação em setores proximos ou que compartilhem públicos semelhantes. Neste ponto as referências que você terá reunido serão exponencialmente superiores (em número e em ações) àquelas que você tinha quando olhava apenas para os concorrentes diretos do seu cliente.

Aí ficou fácil, não é? Propor uma solução que seja diferente, surpreendente e eficiente ficou moleza depois desta pesquisa que você fez. Mas também, pudera, não é? Com tanto esforço, o resultado não poderia ser diferente.

Moral da história: Um projeto interativo realmente novo e criativo não cai do céu.

Usabilidade é coisa séria

Achei em uns antigos backups aqui no escritório um cd com minhas colunas para a revista WWW. Escrevi estas colunas nos anos de 2005 e 2006. Como elas ainda não estavam disponíveis para os leitores do blog, resolvi colocá-las aqui aos poucos. O que replicarei no blog é o texto bruto, enviado para os editores da revista. Os textos podem estar antigos e, ainda, terem erros. Conto com vossa compreensão. Boa leitura!

Coluna enviada para a revista WWW no dia 1 de novembro de 2005

Usabilidade é coisa séria

O assunto já foi abordado diferentes vezes nesta coluna, mas nunca de maneira direta. Faz parte do principio “osssso”, jamais deve ser deixado de lado em um projeto web e, obviamente, deve ser pensado em todos os serviços e sistemas hipertextuais que usam – ou não – a web como suporte.

Usabilidade é algo que só recentemente vem sendo aplicado à web, mas o conceito, os métodos e os princípios são muito anteriores a ela. Aqui na W vocês tiveram a oportunidade de ler uma matéria bem abrangente sobre o tema e sua aplicação na web. A leitura desta matéria especial é mais do que recomendada para aqueles que se importam em construir websites eficientes.

Então, voltando à Usabilidade (sem nunca ter saido dela). Trata-se de um assunto sério e que, por isso, dispensa a falsa colaboração de doidos, maluquinhos, opinadores e demais aproveitadores de plantão. Mas não é um tema difícil, apesar de sua abrangência, seriedade e complexidade. Tanto que, em novembro, tivemos o dia mundial da Usabilidade (http://www. worldusabilityday. org/), promovido pela UPA (Usability Professionals’ Association – http://www. upassoc. org/). Com aplitude global, como o próprio nome diz, o dia mundial da Usabilidade contou com eventos em mais de 30 países, inclusive no Brasil.

O dia 3 de novembro – data escolhida – teve como mote a valorização da Usabilidade, mostrando a sua importância. O slogan era: “Making it easy”, que não poderia traduzir melhor o conceito do termo Usabilidade: fazer as coisas serem mais fáceis de usar.

No Brasil tivemos eventos em Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Em BH, onde pude, honrosamente, ser um dos professores participantes, a quantidade de inscritos e a ocupação dos auditórios onde o evento foi realizado mostrou que a preocupação em desenvolver tecnologias, dispositivos e sistemas de fácil utilização é crescente e merece a atenção de quem desenvolve sistemas interativos, com grande destaque para a web.

Muitos eram os interessados em tecnologias, dispositivos e websites fáceis e simples de usar para suas empresas, entidades, instituições governamentais e clientes. Afinal de contas, se é difícil de usar, as pessoas evitarão o uso, certo?

Foi um dia bastante produtivo, posso dizer. Pudemos mostrar a todos os interessados duas coisas muito importantes que compartilho aqui com vocês:

1 – Usabilidade deve ser uma preocupação presente em todo o processo de desenvolvimento de um produto, tecnologia, serviço ou sistema interativo (iclua aí os websites), e não no final, como muita gente está acostumada a ver. Estes pequenos detalhes podem fazer uma enorme diferença – tanto orçamentária, evitando gastos desnecessários com retrabalho, quanto em satisfação do usuário;

2 – Usabilidade significa pesquisa, avaliação e método, coisa que muita gente esquece e acaba se baseando apenas em opiniões e achismos. Avaliações e testes de usabilidade são apresentam resultados mensuráveis que implicam em ações diretas e específicas que podem representar impactos substanciais aos projetos de desenvolvimento de novos produtos, sistemas, tecnologias e serviços.

Em suma: poder conversar sobre um assunto tão interessante e importante, não poderia ter sido melhor; tanto lá quanto cá. E é por isso que eu aproveito, mesmo já tendo passado quase um mês da realização do evento, para reforçar este conselho primordial para que você faça bom uso da rede: inclua avaliações de Usabilidade em todo o processo de desenvolvimento de sistemas interativos. O usuário agradecerá e, consequentemente o seu cliente e – talvez num apelo mais ‘capitalista’ – o seu bolso também.